Poder e participação Política: o fortalecimento da participação das mulheres nos espaços de poder e decisão
“A participação das mulheres em condições de igualdade na tomada de decisões constitui não só uma exigência básica de justiça ou democracia, mas pode ser também considerada uma condição necessária para que os interesses das mulheres sejam levados em conta”
(Pequim, 2006)
Causas
A divisão social do trabalho com dois princípios organizadores:
o princípio de separação: existem trabalhos de homens e trabalhos de mulheres;
o princípio de hierarquização: um trabalho de homem “vale” mais do que um trabalho de mulher;
A destinação prioritária dos homens à esfera produtiva: o exercício, pelos homens, das funções de forte valor social agregado às ações de maior impacto social, como políticas, religiosas, militares etc;
A existência deestereótipos: atividades tipicamente “femininas”, relacionadas à área social (educação e políticas sociais e outras);
Atitudes e práticas discriminatórias: que atuam como barreiras à presença de mulheres em partidos políticos, órgãos governamentais, sindicatos e em cargos de direção no setor privado
Podemos dizer que os baixos percentuais de mulheres nas estruturas de poder existem não pelas escolhas individuais, isto é, de cada mulher, mas como consequência, das estruturas sociais que reforçam a desigualdade entre homens e mulheres e mesmo entre as mulheres, quando se considera as dimensões de raça/cor e classe, por exemplo.
Para refletir
quais medidas devem ser adotadas para garantir às mulheres igualdade de acesso às estruturas de poder e ao processo de decisão? (Pequim, 2006, p. 216);
ampliar a participação das mulheres no processo de tomada de decisões e ocupar posições de chefia”;
a concentração de mulheres nas profissões relacionadas ao cuidado;
as diferenças salariais entre homens e mulheres no setor privado;
a maior taxa de desocupação das mulheres, na invisibilidade da violência doméstica;
a jornada dupla de trabalho feminino, entre outros;
a menor velocidade com que as mulheres ascendem na carreira, o que resulta em sua sub-representação nos cargos de comando das organizações e, consequentemente, nas altas esferas do poder, do prestígio e das remunerações, quando as mulheres são dotadas de características produtivas idênticas ou superiores às do homem.
Considerações
Para garantir a presença de mulheres nos espaços de poder e tomada de decisões, é preciso haja uma transformação das instituições políticas, de forma a permitir que preferências, interesses e prioridades sejam compreendidos de uma forma mais plural, implique políticas públicas sensíveis às demandas desse grupo social.
As posições de poder e decisão deve ter como meta não apenas a garantia de paridade, mas a própria transformação do quadro atual, no sentido da construção de uma sociedade mais justa e diversa.
Observação: Texto elaborado tendo como referência “Mulher no Poder e na Tomada de decisões”, de Daniela Leandro Rezende, IPEA, com base nos objetivos estratégicos apresentados na Plataforma de Ação da IV Conferência de Mundial sobre a Mulher, realizada em 1995, em Beijing.